Material inteligente

Materiais inteligentes, também chamados de materiais responsivos,[1] são materiais, projetados, que possuem uma ou mais propriedades que podem ser alteradas por estímulos externos, como estresse, umidade, campos elétricos, ou magnéticos, luz, temperatura, pH ou outros compostos químicos.[2][3] Materiais inteligentes são a base de muitas aplicações, incluindo sensores e atuadores, ou músculos artificiais, por exemplo, particularmente como polímeros eletroativos (EAPs, em inglês, Electroactive Polymers).[4][5][6][7][8][9]

Exemplos de materiais inteligentes

Existem vários tipos de materiais inteligentes, muitos que já são comuns. Alguns exemplos são os seguintes:

  • Materiais piezoelétricos são materiais que produzem uma tensão elétrica, quando uma tensão mecânica é aplicada. Como este efeito também se aplica de maneira inversa, uma tensão elétrica, na amostra, produzirá uma tensão mecânica, dentro da amostra. Estruturas projetadas de maneira adequada, feitas a partir desses materiais podem, portanto, ser feitas para dobrar, expandir ou contrair quando uma tensão elétrica é aplicada. Um exemplo é a balança de pesar, que, quando tem uma tensão mecânica aplicada (peso), produz uma tensão elétrica.
  • Ligas com memória de forma, e polímeros com memória de forma são materiais nos quais grandes deformações podem ser induzidas e por meio de mudanças de temperatura ou de tensão ( pseudoelasticidade), é "recuperada". Este efeito de memória de forma resulta da mudança de fase martensítica, e da elasticidade induzida em temperaturas mais altas.
  • Materiais fotovoltaicos ou optoeletrônicos convertem luz em corrente elétrica.
  • Polímeros eletroativos (EAPs) alteram seu volume através de uma voltagem ou de campos elétricos.
  • Os materiais magnetostritivos exibem uma mudança na sua forma devido à influência de um campo magnético, e também exibem uma mudança na sua magnetização sob a influência do estresse mecânico.
  • Ligas com memória de forma magnética são materiais que mudam de forma em resposta a uma mudança significativa no campo magnético.
  • Polímeros inorgânicos inteligentes apresentam propriedades ajustáveis e responsivas.
  • Polímeros sensíveis ao pH são materiais que mudam de volume quando o pH do meio que estão, muda.[10]
  • Polímeros sensíveis à temperatura são materiais que sofrem alterações com a temperatura.
  • Materiais halocrômicos são materiais, comumente usados, que mudam de cor como resultado da mudança de acidez. Uma aplicação comum é para tintas que podem mudar de cor, para indicar corrosão no metal abaixo delas.
  • Os sistemas cromogênicos mudam de cor devido à alterações elétricas, ópticas ou térmicas. Estes incluem os materiais eletrocrômicos, que mudam de cor ou opacidade por conta da aplicação de uma voltagem (por exemplo, telas de cristal líquido), materiais termocrômicos, que mudam de cor dependendo de sua temperatura, e materiais fotocrômicos, que mudam de cor em resposta à luz - por exemplo, óculos de sol, sensíveis à luz, que escurecem, quando expostos à luz solar intensa.
  • Ferrofluidos são fluidos magnéticos afetados por ímãs e campos magnéticos.
  • Os materiais fotomecânicos mudam de forma pela exposição à luz.
  • A policaprolactona (polimorfa) pode ser moldada por imersão em água quente.
  • Os materiais autocurativos têm a capacidade intrínseca de reparar danos devido ao uso normal, ampliando, assim, a vida útil do material.
  • Os elastômeros dielétricos (DEs) são sistemas de materiais inteligentes que produzem grandes deformações (até 500%) sob a influência de um campo elétrico externo.
  • Materiais magnetocalóricos são compostos que sofrem uma mudança (reversível) de temperatura, após uma exposição a um campo magnético variável.
  • Os revestimentos inteligentes de autocura cicatrizam sem intervenção humana.[11][12]
  • Materiais termoelétricos são usados para construir dispositivos que convertem diferenças de temperatura em eletricidade, e vice-versa .
  • Os materiais quimiorresponsivos mudam de tamanho, ou de volume, sob a influência de compostos químicos, ou biológicos, externos.[13]

Veja também

Referências

  1. Bengisu, Murat; Ferrara, Marinella (2018). Materials that move : smart materials, intelligent design. [S.l.]: Springer International Publishing. ISBN 9783319768885 
  2. Brizzi, Silvia; Cavozzi, Cristian; Storti, Fabrizio (29 de setembro de 2023). «Smart materials for experimental tectonics: Viscous behavior of magnetorheological silicones». Tectonophysics. 230038 páginas. ISSN 0040-1951. doi:10.1016/j.tecto.2023.230038 
  3. Bahl, Shashi; Nagar, Himanshu; Singh, Inderpreet; Sehgal, Shankar (1 de janeiro de 2020). «Smart materials types, properties and applications: A review». Materials Today: Proceedings. International Conference on Aspects of Materials Science and Engineering. 28: 1302–1306. ISSN 2214-7853. doi:10.1016/j.matpr.2020.04.505 
  4. Shahinpoor; Schneider, Hans-Jorg, eds. (2007). Intelligent materials. [S.l.]: RSC Publishing. ISBN 978-0-85404-335-4 
  5. Schwartz, ed. (2002). Encyclopedia of smart materials. [S.l.]: John Wiley and Sons. ISBN 9780471177807 
  6. Nakanishi, Takashi (2011). Supramolecular soft matter : applications in materials and organic electronics. [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN 9780470559741 
  7. Gaudenzi, Paolo (2009). Smart structures : physical behaviour, mathematical modelling and applications. [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN 978-0-470-05982-1 
  8. Janocha, Hartmut (2007). Adaptronics and smart structures : basics, materials, design, and applications 2nd, revised ed. [S.l.]: Springer. ISBN 978-3-540-71967-0 
  9. Schwartz, Mel (2009). Smart materials. [S.l.]: CRC Press. ISBN 9781420043723 
  10. Bordbar-Khiabani A, Gasik M. «Smart hydrogels for advanced drug delivery systems». International Journal of Molecular Sciences. 23 (7). 3665 páginas. doi:10.3390/ijms23073665Acessível livremente 
  11. Tatiya, Pyus D.; Hedaoo, Rahul K; Mahulikar, Pramod P.; Gite, Vikas V. (16 de janeiro de 2013). «Novel Polyurea Microcapsules Using Dendritic Functional Monomer: Synthesis, Characterization, and Its Use in Self-healing and Anticorrosive Polyurethane Coatings». Industrial & Engineering Chemistry Research. 52 (4): 1562–1570. doi:10.1021/ie301813a 
  12. Chaudhari, Ashok B.; Tatiya, Pyus D.; Hedaoo, Rahul K.; Kulkarni, Ravindra D.; Gite, Vikas V. (16 de julho de 2013). «Polyurethane Prepared from Neem Oil Polyesteramides for Self-Healing Anticorrosive Coatings». Industrial & Engineering Chemistry Research. 52 (30): 10189–10197. doi:10.1021/ie401237s 
  13. Chemoresponsive Materials /Stimulation by Chemical and Biological Signals, Schneider, H.-J.; Ed:, (2015)The Royal Society of Chemistry, Cambridge https://dx.doi.org/10.1039/97817828822420