Mercado Público de Florianópolis
Coordenadas: 27.597386° S 48.552643° O
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O Mercado Público Municipal de Florianópolis é um centro de comércio e edifício público histórico de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, Brasil. O prédio é composto de duas alas – norte e sul – separadas por um vão central. No local acontece um variado comércio, principalmente de vestuário, alimentos, utensílios diversos e artesanato. Além disso, é um importante ponto de encontro e lazer da cidade, tanto para moradores quanto para turistas.
História
O Mercado Público tem sua origem em barracas e quitandas construídas pelo governo da Capitania de Santa Catarina, provavelmente no fim do século XVIII. Estas barracas e quitandas eram alugadas por pequenos comerciantes. O aluguel era recebido primeiramente pelo governo da capitania, e após a Independência do Brasil, pelo governo da província de Santa Catarina.[carece de fontes?]
O Mercado Público era o local onde os pequenos comerciantes da ilha de Santa Catarina, e litoral próximo (São José da Terra Firme e São Miguel da Terra Firme), vendiam peixe, carne de sol, feijão, arroz, mandioca, hortaliças, drogas do sertão, comidas preparadas na hora, dentre outros produtos.
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As pessoas que vendiam produtos eram em sua maioria escravos de ganho, forros e brancos pobres. Os principais frequentadores do comércio eram escravos, forros, marinheiros, militares, viajantes e a população local, em geral.
Em 1838, o governo da província autorizou a construção de uma Praça de Mercado, que deveria ficar entre as ruas Livramento e Ouvidor, em um local de terreno de marinha, fora do Largo da Matriz.
Dois grupos políticos locais entraram em disputa pela escolha do local que o Mercado Público deveria ser construído. Por um lado, os grandes comerciantes locais queriam que as barracas continuassem no Largo da Matriz. O motivo era que a localização das barracas e quitandas atraia clientes para suas lojas, que ficavam na rua do comércio, atual Conselheiro Mafra. A maioria destes grandes comerciantes tinhas familiares em todas as irmandades religiosas encontradas na Ilha de Santa Catarina.
O outro grupo político era formado por pessoas que moravam em outros lugares da Ilha, de outras províncias, ou mesmo de outros países. Muitos pertenciam a loja maçônica Concordia, e a Sociedade Patriótica, ambas fundadas por Jerônimo Coelho em Desterro. Estes desejavam instalar as barracas e quitandas fora do perímetro urbano, próximo a ponto do vinagre.
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Em 1845, a visita de Dom Pedro II e do Bispo do Rio de Janeiro levou a Câmara de Desterro a aprovar a mudança de lugar das barracas e quitandas. O centro urbano foi higienizado, e as barraquinhas foram removidas para as proximidades do Largo Santa Bárbara, junto à Ponte do Vinagre, fora do perímetro urbano.
Os grandes comerciantes desejavam que as barracas e quitandas voltassem para o Largo da Matriz, enquanto os maçônicos e a Sociedade Patriótica desejavam que continuassem perto da ponte do vinagre.
Esta disputa, por fim, deu origem ao Partido Conservador catarinense, dos grandes comerciantes locais, e o Partido Liberal catarinense, que pertencia principalmente aos maçônicos e aos grupos associados na Sociedade Patriótica.
Por fim, o primeiro prédio do Mercado Público foi construído em 1851, situava-se ao sul do Largo da Matriz,, junto ao mar. Em 5 de fevereiro de 1899, o prédio foi transferido para a localização atual, na época também à beira-mar, possuindo apenas uma ala.
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A segunda ala só veio a ser entregue em 24 de janeiro de 1931, construída sobre um aterro, assim como as pontes de ligação e o vão central. O conjunto arquitetônico tem a sua configuração atual desde 1932, com a reinauguração da primeira ala. Atualmente, devido à construção de uma grande aterro na Baía Sul, o edifício encontra-se longe do mar.
Incêndios
Em 19 de agosto de 2005, uma fritadeira elétrica com óleo vegetal deu início à queima de toda a ala norte do Mercado Público de Florianópolis. Os bombeiros foram acionados e em cinco minutos estavam no local, mas não foi possível salvar a ala, que foi reformada por um consórcio entre a prefeitura e o governo do estado e está em uso novamente.
O mercado já havia sofrido um incêndio em 6 de junho de 1988, ocasionado por um vazamento de gás, durante um processo de reforma.
Reformas
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O Mercado Público já passou por diversas reformas, sendo as últimas a que se seguiu ao incêndio, em 2005; a reforma do telhado da Ala Sul, ao custo de 1,3 milhão de reais, iniciada em 2011[1]; e a reforma da Ala Norte, ao custo de 8,7 milhões[2]. Parte do telhado reformado de 2011 a 2013 ruiu durante as obras de 2014, levadas a cabo pela mesma empresa, a JK Engenharia.
Após o fim das reformas, uma cobertura no vão central foi colocada em 2016, após um concurso nacional. Devido as características históricas, o concurso exigia que a nova estrutura não encostasse nas paredes do Mercado. Isso acaba fazendo com que a chuva ainda atrapalhe quem passa pelo local, o que era um dos motivos pelo qual a cobertura foi colocada. Essa situação e algumas mudanças no projeto - como a lona que era para ser translúcida, mas acabou sendo branca por causa do calor - tornaram a nova coberta polêmica entre especialistas e moradores, que divergem opiniões sobre ela.[3]
Referências
- ↑ «Telhado que desabou no Mercado Público de Florianópolis foi reformado há um ano.». Notícias do Dia. Consultado em 24 de setembro de 2014
- ↑ «Valor das obras do Mercado Público tem acréscimo de R$1,5 milhão devido a readequações do projeto». Diário Catarinense. Consultado em 24 de setembro de 2014
- ↑ «Cobertura polêmica do Mercado Público de Florianópolis é finalista em prêmio nacional». Notícias do Dia. 1 de julho de 2017. Consultado em 2 de fevereiro de 2018
Bibliografia
- CABRAL, Oswaldo R. História de Santa Catarina. 3ª ed, Florianópolis; Lunardelli, 1987.
- COELHO, Joaquim D´Almeida. Memoria Historica da Provincia de Santa Catarina. 2ª Ed., Desterro. Tipografia de J.J. Lopes, 1877.
- DIAS, Thiago Cancelier. Questão Religiosa Catarinense: as disputas pelos direito de instruir (1843-1864). Florianópolis; Dissertação (UFSC), 2008.
- LANER, Carla. Emanações Perniciosas Moralidade Corrosiva: Os desdobramentos do discurso científico no centro urbano de Nossa Senhora do Desterro. (1831-1864). Florianópolis; Dissertação (UFSC), 2006
- MESQUITA, Ricardo Moreira de. Mercado: do Mané ao Turista. Ed. do autor, 2002
- Piazza, Walter: Dicionário político catarinense. Florianópolis: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1994.
Ligações externas
- Fotografias históricas do mercado
- Informações sobre o Mercado Público, Guia Floripa
- Mercado Publico 3D - Florianópolis - SC - Google Earth(kmz)